domingo, 31 de maio de 2009

Estamos em Outubro, é o fim.

- Quando é pra ser não tem mesmo jeito, por mais que lutamos, tentamos, e quando tudo está ficando bom, algo vem e estraga a felicidade. Isso não seria diferente com relacionamentos, mas provavelmente esas coisas acontecem pra deixarem as pessoas mais fortes.
Você começa a entender que nem sempre as coisas são do jeito que você, e isso lhe deixa frustado. Nem sempre o que acham que é bom pra gente é aquilo que nos fazem melhores, mas é aquilo que mais derruba, mais machuca, e no fim, só resta desistir.

Segue abaixo um texto (porcamente) feito a algum tempo, de minha autoria.


. Aquele que foi longe demais;

Ele acordou pensando como seu dia iria ser. Como de costume fora mais cedo buscar sua namorada, em sua escola, algo ruim estava pra acontecer algo que ninguém ou nem mesmo o Todo Poderoso poderia saber.

A viagem em seu carro até a casa dela foi silenciosa, um tom fúnebre estava no ar. Depois de alguns minutos eles chegam a porta do prédio dela, ela se despede dizendo que seria a ultima vez que eles iriam se ver, ela o amava, mas alguém tinha aparecido e ela não queria perde-lo. -Mentira!- Pensou ele, foi trocado por um qualquer, mas ao invés de chorar, sorriu e disse que estava tudo bem, ficou ali parado, vendo ela se distanciar e no fim sumir, como no mesmo dia em que se conheceram.

Ele relembra que aquele dia, comemorava 3 anos juntos, ela esperava um filho dele, mas o largou assim mesmo. Acendeu um cigarro, e ficou parado olhando a janela do quarto de dela, algumas vezes ela aparecia entre as cortinas, com a maquiagem borrada, parecia que ela estava chorando.

Começou a escurecer e ele seguiu, sem olhar pra trás, pegou o celular e ligou para os seus amigos, queria encontrá-los, eles ficaram preocupados, algo tinha acontecido, sua voz era triste e fria.

No horário marcado todos estavam lá, mesmo com um falso sorriso, comemorou, bebeu , se sentiu feliz pela ultima vez. Era a hora de partir, despediu-se de cada um com um forte abraço, dizia que os amava e eles foram seus pilares por anos. Algumas lagrimas rolaram no fim de tudo, ele pediu que ninguém chorasse por ele no fim, todos afirmaram e ele seguiu como algo que nunca existiu. Estacionou o carro em frente sua casa.

Entrou olhando tudo que ele havia conquistado e perdido por causa da garota, sentou-se numa mesa e começou a escrever, uma carta de despedida para a aquela que lhe destruiu, ligou pra ela e pediu que pela manhã passasse na casa dele, ele precisava entregar algo que era dela, sua voz triste e sem vida deixou ela preocupada, então disse que iria com certeza. Pela ultima vez disse que a amava e um silencio como resposta ele ouviu.

Então procurou em uma gaveta uma arma que ele tinha comprado pra se defender, ele iria se defender dele mesmo. Acendeu outro cigarro, colocou uma musica bem lenta ao fundo bebeu sua ultima dose de whisky e se sentou no sofá, apontou a arma em direção a sua têmpora hesitou em atirar queria sentir a dor antes de tudo, então colocou a arma sobre seu estomago e disparou, uma, duas, três vezes contra ele mesmo. Nenhuma dor foi sentida, ele queria dizer que amava mais algumas pessoas, queria ter abraçado ela mais uma vez, agora era tarde pra voltar atrás.

Em seu ultimo impulso se arrastou até a carta, com as mãos ensangüentadas retirou sua aliança que ainda estava em seu dedo e a depositou em cima da carta, ele estava cansado, queria dormir, sua visão lentamente foi escurecendo.

De manhã tudo o que a garota viu, foi sangue e dor, ela nunca teve coragem em dizer que o amava pela ultima vez e ele sempre foi o cara da sua vida, agora era tarde pra chorar. Sentou se ao seu lado e começou a acariciar seu rosto e seus cabelos, ele parecia tão feliz, era realmente o que ele queria. Ela começou a chorar, todos começaram a chorar quando souberam.

Essa é a historia de alguém que foi longe de mais. Seu nome já não mais importa, ele fracassou.