terça-feira, 22 de novembro de 2011

O punhal


Doce era o punhal daquele que atinge
Amargo é a visão daquele que assiste
Avassalador é a dor daquele que sente
Comum é pro desditoso que lamenta
 E ainda sim a plateia aplaude a cena
Quando o herói tomba diante ao seu algoz
E o herói em suas  lamurias finais pensa
“Feliz seria eu, se o punhal partisse da minha mão.”

Rafael Jacob

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Let it go


Parei pra pensar hoje sobre o que seria o amor. É um sentimento tão engraçado né? Eu me sinto indiferente quando penso nele, o que irônico.
  Imagine que você olhe  pra uma outra pessoa, seja numa filha de cinema ou numa sala de aula, e pronto seus pensamentos não lhe pertencem mais. Você se torna um escravo do seu coração, e você nem pediu por isso! Mas ok, você se encontram, talvez o contemplado lhe dirija um sorriso e por ventura um beijo. Vocês se apaixonam e ficam juntos... Por um tempo.  E algum dia uma das partes comete um erro, ambas talvez. E tudo acabou a magia, o desejo, tudo. Você até pensa que odeia a pessoa, mas não.
  Você deseja aquela pessoa de forma egoísta e isso te consome pouco a pouco, você se perde em pensamentos mesquinhos e obsessivos. Ai percebe que você apenas deveria deixar ir, amar a pessoa não vai te fazer tê-la, talvez ela nem sinta algo por você cara! Olhe pra pessoa e veja se ela está feliz, e fique feliz, não tente mais nada, exceto ficar bem. Você amou, e isso que importa. Foi verdadeiro e de todo o seu ser.
    Uma hora ou outra as palavras certas que deveriam ser ditas, serão cantadas.
Let it go.

A liberdade de dizer que 2+2 são 4


 Eu cometi a crimidéia. Primeiramente, eu devo admitir, eu cometi mais erros, e eles vão morrer comigo. Ao meu ver, eu odeio mais a mim do que a você. Eu nunca te odiei, nunca soube o que sentia nesses dias. Talvez no inicio fosse ódio, depois virou saudade, e agora uma certa falta, mas irei me ficar bem, tão bem quanto você.
   Eu queria gritar, mas eu não tenho boca. Eu queria  te olhar, mas não tenho olhos. Eu queria sentir, mas eu não tenho braços.
  Eu parei pra pensar  como seria se tudo tivesse acontecido daqui a 1, 5 ou 10 anos. Seria  diferente? Talvez. Nunca vamos descobrir.
   Em meio a tudo isso, temos um refluxo de ódio e palavras que não serão ditas. Palavras que vão se perder nas areias do tempo até não significar nada. Seremos um capitulo da historia que nunca foi terminado. E ficaremos assim.
  Eu cometi a crimidéia de pensar que eu poderia mudar, mas não. Eu não iria mudar, ninguém muda.  Eu cometi a crimidéia de criar um ideal em torno de você. E a ironia de tudo é pensar que você sempre me mostrou 4 dedos, e eu sempre ví 5.

domingo, 20 de novembro de 2011

Eu matei Sarah.

    Eu matei Sarah. Eu realmente nunca soube como começar um texto, na verdade, eu nunca fui muito chegado em escrever. Mas eu precisava dizer isso para alguém, eu preciso ser direto, pelo menos uma vez eu preciso ser direto. Mas eu listarei os motivos.
   Ultimamente estávamos brigando demais, por coisas fúteis ou por coisas sérias. Mas todo dia brigávamos. Eu tentei contornar a situação, mas com o tempo eu comecei a deixar de lado, ela não queria  ajudar. Ela era cabeça dura demais, e eu também.
    E como  se fosse um pensamento corriqueiro eu descobri o porque do erro. Éramos um erro, todos sabiam, menos eu. Eu a idealizava, como se fosse única, indispensável. Eu descobri que não. Era só mais uma que iria preencher minha cama em momentos de solidão. Comecei a odiá-la, ter nojo, raiva, enfim, sentimentos ruins sobre ela, mas continuávamos juntos.
   Deixamos de nos ver e isso começou a me matar, segundo a segundo eu morria e acreditei no fim pela primeira vez. Cometemos um erro e eu sai, encerrei aquilo sem pestanejar e sem remorso.  No inicio eu senti falta, queria voltar atrás ouvir a voz dela uma ultima vez. Mas fui forte, eu me blindei de um modo que os meus poucos amigos notaram. Ela tomou as minhas melhores intenções e destruiu. Eu renasci depois disso.
   Decidi que ela cometeu crimes demais, era ela ou eu.  E como um bom representante dos homens,  eu decidi que seria ela. Às 11:58 eu matei, não me importo com as consequências do meu ato.
 Eu matei uma ideia, eu matei Sarah.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cartas para Morpheus

       Morpheus, Morpheus porque me abandonou? Fizemos um trato em que você me afastaria dos pensamentos ruins enquanto estivesse em seu reino, disse que eu seria um rei sem um trono em seu mundo, cavalgaria nuvens e comandaria estrelas, eu enfrentaria monstros e demônios montado em meu cavalo branco, moldaria vida e reconstruiria o paraíso.
          Por um tempo eu fiz tudo isso em seu reino, tudo estava correndo como combinamos, enquanto estava sobre os efeitos de suas areias, eu era invencível, era perfeito. Em uma de minhas passagens eu enfrentei Deus em sua forma mais pura, pintei céus em tons de purpura apenas pela diversão, me tornei o tirano e o salvador de um mundo, ao mesmo tempo. Eu era um Deus. Por um tempo houveram rosas e canções em meu nome, eu apreciava passar mais tempo no seu reino do que no meu próprio mundo e provavelmente não fui o primeiro a desejar nunca mais sair de lá.
           Mas você me enganou mestre dos sonhos,  você trouxe o arauto de minha loucura pro meu pequeno paraíso,  você usou cada um dos meus temores contra mim, e eu sequer pude fazer algo contra isso.  Fez-me rever momentos da minha vida mortal, passagens que eu queria esquecer, olhares e o primeiro beijo, a nossa primeira noite (da qual ironicamente eu guardo marcas até hoje), e o fim. Você me torturou no meu próprio reino, concretizou a forma mais dolorosa de traição e enganação. As minhas rosas murcharam. Eu comecei a temer quando o crepúsculo caísse e fosse a hora de cair em seus braços. Você me privou de um dos únicos momentos onde eu esquecia quem era e porque sofria e me tornava um Deus, me provou que adentrar o seu mundo às vezes pode ser pior do que abraçar sua irmã. Ela poderia  me levar, não haveria objeção de minha parte.

           Você me traiu Sonho, eu posso ser um mortal mas encontrarei um modo de te destruir

                                                                                                                                                   Com carinho,
                                                                                                                                                     R.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Não existia mais "nós" na equação, agora era ele e ela.
Ele ainda queria ouvir sua voz mais um vez, sentir seu abraço ou ver seu sorriso.
Saber se o cheiro continuava o mesmo.
Mas o que ele julgava ter sido o máximo, pra ela foi o minimo. Ambos jogaram tudo pro alto.
Esquecer o que aconteceu estava fora de cogitação.
Ele se preparava pro seu ultimo adeus.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Enfim ele se pergunta, existia alguém errado?
Existe perdão? Eles poderiam voltar atras? Talvez eles nunca saberão.
O que é pra ser, não tem jeito.

Auto destruição ou sentido?


Ele se perdeu entre copos e cinzas de cigarros, começou a viver entre o era uma vez e o nunca mais, perdido entre espaços de sobriedade e lucidez. Ele sentia que teve seu orgulho ferido, ele precisava de achar uma forma de preencher aquele eterno vazio que agora fazia parte do seu cotidiano, começou a caminhar por ruelas estranhas, silenciosas e imorais, ele procurou de todas as formas outras formas de prazer.

Ele pegou seu orgulho, engoliu e se rebaixou, se tornou o fim dos tempos, o quebra mundos e possivelmente perdeu a humanidade que ainda lhe restava, naquele momento já não existiam rosas pra ele, na verdade não existia coisa alguma pra ele. É engraçado como em uma singela fração de segundos tudo que ele sentia desapareceu, perdeu o sentido ou ele simplesmente ignorou. Suas crenças e valores não mais existiam, ele morreu no sábado pra poder renascer no domingo. Seus amigos notaram algo diferente no seu olhar, talvez rancor, talvez desespero ou quem sabe até a mais doce forma de ódio que um ser humano poderia sentir.

Todos acharam que ele iria explodir, mas se manteve calmo. Nem uma lagrima sequer foi derramada, pra ele o passado estava morto e ele agora se sentia vivo. Saiu por ai pra enfrentar a tempestade, saiu pra por as ideias no lugar, saiu pra poder encontrar algo que lhe preenchesse. Nada. Ou talvez encontrou, a única coisa que iria ajudar a ignorar aquela dor sentimental, a dor física. E em pouco tempo a Mona lisa caiu, era justo que um homem quebrado espiritualmente também estivesse quebrado fisicamente. Sentia cada gota de sangue e suor se tornar quente, amigável. Ele passou a viver de forma louca, destrutiva. Ele se sentia bem, e por alguns segundos ele esquecia ela.

domingo, 6 de novembro de 2011

O olho da tempestade


Essa é a história de duas pessoas que se encontraram em momentos aleatórios e até talvez, cedo demais. Um deles estava pronto, não demonstrava, mas estava. O outro apenas queria curtir, claro que não estava errado.

Como olhares dentro de uma sala poderiam transformar pessoas, vidas e destinos. Ele sabia desde o inicio, era ela e ninguém mais. Ela provavelmente achava isso também. E por alguns meses os olhares eram tudo. Tudo e todos se moviam mais devagar, quando os olhares se encontravam. O mundo parava pra ele, talvez pra ela também.

Eles se conheceram, conversaram, e se beijaram. E de repente as suas vidas não mais lhe pertenciam. O movimento de um sorriso, de um olhar e tudo se encaixaram. Era visível que eles se apaixonaram ali, desejavam um ao outro de forma inexplicável. Nunca precisam de palavras pra se expressar. E por algum tempo, eles tiveram rosas. Fora bons momentos, foram próximo da perfeição.

Até que ele começou a errar, erros bobos no inicio, depois coisas mais sérias, ela começou a se distanciar, ele começou a não entender. Eles brigavam. Mas ainda se gostavam. Ainda.

Ele começou a ter medo, medo de perder, medo de ser esquecido, medo de ter se envolvido demais e no momento errado. Ela não passava mais confiança pra ele. Talvez fosse reciproco. Ela se afastou por completo. Ele começou a desconfiar. Algo estava errado e ele sabia a desconfiança então se tornou real. Na cabeça dele, não existia essa de acontecer ou não era apenas questão de tempo. Mas ele foi e fez antes. Antes de tudo e de todos, ele quebrou a barreira e fez. Porem se arrependeu no meio do caminho. Ela porem, não se arrependeu. E eles discutiram, mais uma vez, porem essa seria a ultima, no irônico dia 5 de novembro. Ele sentia nojo, dele e dela, ele queria continuar, seu orgulho não deixou e tudo acabou.

Ele se tornou a tempestade, o olho do furacão e saiu. Como uma bomba nuclear pronta pra explodir. Ele decidiu sair pra abraçar a discórdia, ele se sentia vazio, ele queria se sentir vivo. Ele conseguiu tudo que queria na noite, álcool, drogas, brigas, hematomas e um corpo vazio pra se divertir. Ele tentou derramar lagrimas mas se lembrou da sua filosofia: “você não pode quebrar um homem que já esteja quebrado”. Ele não se importou com o que ela estava fazendo, se ela continuou, se ela se embriagou ou se chorou a noite toda. Ele não deu a mínima, ou talvez ele pensasse que não dava.

E ele acordou. Era um novo homem de manhã, vazio, mas era um novo homem. Acordou com vontade de explodir, de xingar e talvez ir na casa dela e dizer tudo que ele queria, como ele se sentia um furacão de emoções. Mas ele não foi, ele sentou e escreveu.

Se ela perguntasse pra ele se ele estava bem, ele diria “eu vou ficar”. E realmente, tudo vai se encaixar.

“Roses are red

Violets are blue

Fuck you, whore”