- Mas
não se demore por lá meu amigo! - disse o garoto com um sorriso sereno
mascarando a tristeza que essas palavras carregavam.
- Não
se preocupe meu caro Van, pra onde eu vou o sol sempre brilhara forte e as
estrelas se farão presentes. Levo daqui a sua amizade e nossas histórias entre
canecas nas mesas. Que a tristeza da
minha partida logo seja substituída pelos sorrisos de novos companheiros!
- Dizia
o homem enquanto olhava os olhos de Van com a ternura paternal e o peso
da idade.
-
Estarei esperando o seu retorno, pra que possamos nos sentar a mesa de nossa
taverna preferida e você possa me contar como foram suas aventuras no Oeste,
traga-me boas novas, conte-me sobre seus novos amores. Não se esqueça de me
dizer como é o nascer e o por do sol daquelas bandas, diga que ele vai ser
bonito, mas não se compara com os nossos! – disse Van, agora limpando vez ou
outra uma lagrima solitária que escorria dos seus olhos.
- Você
sabe meu bom Van, eu não irei voltar. Mas lembre-se que um dia você fara a
mesma viagem que estou prestes a fazer, estarei lhe esperando no porto assim
que as noticias de sua chegada chegarem com os ventos do norte. Partilharemos novamente uma mesa de taverna e
você me contara sobre seus novos feitos e como foi tudo ante minha ausência,
espero que seus dias, semanas, meses e anos sejam amplamente felizes e que sua
barba (se é que você vai ter alguma haha) nunca pare de crescer! Mas agora meu
bom amigo, eu irei partir. Já estou sem tempo e adiar mais a minha partida só
traria mais dores pra esse coração cansado, vou-me daqui sem levar um singelo
arrependimento, levo só as boas coisas e os bons momentos, adeus! E que um dia
sentaremos a mesa dos grandes salões. – E então naquele momento, sobre a lama e a
chuva o homem partiu. Cavalgou para o Oeste em sua grande e ultima
aventura. Partiu pra nunca mais ser vistos
e pra esperar Van no além mar.
A chuva caia. Atrás de algumas colinas o
barulho de aço se chocando era baixo.