domingo, 6 de novembro de 2011

O olho da tempestade


Essa é a história de duas pessoas que se encontraram em momentos aleatórios e até talvez, cedo demais. Um deles estava pronto, não demonstrava, mas estava. O outro apenas queria curtir, claro que não estava errado.

Como olhares dentro de uma sala poderiam transformar pessoas, vidas e destinos. Ele sabia desde o inicio, era ela e ninguém mais. Ela provavelmente achava isso também. E por alguns meses os olhares eram tudo. Tudo e todos se moviam mais devagar, quando os olhares se encontravam. O mundo parava pra ele, talvez pra ela também.

Eles se conheceram, conversaram, e se beijaram. E de repente as suas vidas não mais lhe pertenciam. O movimento de um sorriso, de um olhar e tudo se encaixaram. Era visível que eles se apaixonaram ali, desejavam um ao outro de forma inexplicável. Nunca precisam de palavras pra se expressar. E por algum tempo, eles tiveram rosas. Fora bons momentos, foram próximo da perfeição.

Até que ele começou a errar, erros bobos no inicio, depois coisas mais sérias, ela começou a se distanciar, ele começou a não entender. Eles brigavam. Mas ainda se gostavam. Ainda.

Ele começou a ter medo, medo de perder, medo de ser esquecido, medo de ter se envolvido demais e no momento errado. Ela não passava mais confiança pra ele. Talvez fosse reciproco. Ela se afastou por completo. Ele começou a desconfiar. Algo estava errado e ele sabia a desconfiança então se tornou real. Na cabeça dele, não existia essa de acontecer ou não era apenas questão de tempo. Mas ele foi e fez antes. Antes de tudo e de todos, ele quebrou a barreira e fez. Porem se arrependeu no meio do caminho. Ela porem, não se arrependeu. E eles discutiram, mais uma vez, porem essa seria a ultima, no irônico dia 5 de novembro. Ele sentia nojo, dele e dela, ele queria continuar, seu orgulho não deixou e tudo acabou.

Ele se tornou a tempestade, o olho do furacão e saiu. Como uma bomba nuclear pronta pra explodir. Ele decidiu sair pra abraçar a discórdia, ele se sentia vazio, ele queria se sentir vivo. Ele conseguiu tudo que queria na noite, álcool, drogas, brigas, hematomas e um corpo vazio pra se divertir. Ele tentou derramar lagrimas mas se lembrou da sua filosofia: “você não pode quebrar um homem que já esteja quebrado”. Ele não se importou com o que ela estava fazendo, se ela continuou, se ela se embriagou ou se chorou a noite toda. Ele não deu a mínima, ou talvez ele pensasse que não dava.

E ele acordou. Era um novo homem de manhã, vazio, mas era um novo homem. Acordou com vontade de explodir, de xingar e talvez ir na casa dela e dizer tudo que ele queria, como ele se sentia um furacão de emoções. Mas ele não foi, ele sentou e escreveu.

Se ela perguntasse pra ele se ele estava bem, ele diria “eu vou ficar”. E realmente, tudo vai se encaixar.

“Roses are red

Violets are blue

Fuck you, whore”

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